domingo, 4 de maio de 2014

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Jack Bauer ressurge para a nova temporada de '24 Horas'


"É mesmo a última temporada de '24 Horas'?", a reportagem pergunta ao ator inglês Kiefer Sutherland. "Sim, acho que sim", responde, na lata. Jack Bauer e o relógio frenético que marca sua luta contra o tempo para salvar o mundo estão de volta, após quatro anos de interrupção. A mudança maior? A nova fase tem 12 e não 24 episódios. O agente federal desaparecido desde o último capítulo da oitava temporada, em 2010, surge agora em Londres para salvar de um atentado o presidente dos EUA, em sua visita ao premiê britânico. "Bauer ressurge do esconderijo porque descobre essa ameaça, ligada a fatos do Oriente Médio e a uma terrorista cujo marido foi assassinado. É uma retaliação ao governo americano que está no poder. Se é que isso faz sentido", diz Sutherland, 47, admitindo a fantasia do roteiro.
O terrorismo não terá vínculo religioso, diz o intérprete do controverso herói de TV. Controverso porque, em nome da proteção ao seu país, ele tortura testemunhas, mata sem dó e delata amigos. Seus métodos já foram criticados por entidades de direitos humanos e membros das Forças Armadas americanas. "É um personagem que está fazendo o que acredita ser certo e, às vezes, não é", justifica Sutherland.
A partir desta terça no Brasil, Jack Bauer tentará convencer o público de que valeu a pena a retomada e, provavelmente, a despedida, de uma das mais aclamadas séries de TV da década passada. "24 Horas" foi vista por 15 milhões nos EUA. Agora, o comercial de 30 segundos no episódio de estreia é vendido a US$ 500 mil pela Fox.
Com os novos 12 capítulos, a soma vai para 204. "Produzimos quase cem filmes de duas horas", diz Sutherland. A série recebeu 73 indicações ao Emmy e foi eleita em 2006 na categoria dramática. Somou 12 indicações ao Globo de Ouro e o levou em 2004, na mesma categoria. Sutherland abocanhou os dois prêmios, como melhor ator.
Apesar de querer salvar o presidente, Bauer é procurado por autoridades dos EUA. Uma sala com 20 computadores reproduz o "bunker" da CIA em Londres e um escritório luxuoso foi feito para "receber" o presidente dos EUA. A CIA é chefiada por um novo personagem, Steve Navarro, vivido por Benjamin Bratt. Na sua equipe, estreia também a bela australiana Yvonne Strahovski como a agente Kate Morgan.
Fox e roteiristas tentam reembalar a velha série da era Bush. Além de novos personagens, outros voltam, como a filha de James Heller, Audrey, ex caso de Bauer. Na última cena de 2010, ficara um mistério no ar quando a agente e confidente de Bauer, Chloe O'Brian (Mary Lynn Rajskub), mandou desligar o satélite que monitorava os passos dele. Agora, esse mistério será revelado.
Resta saber se Chloe ajudará o velho amigo. "Acho que Bauer poderá confiar nela", diz a atriz, insinuando a chance de Chloe morrer: "É a natureza do '24 Horas', todos podem morrer ou sumir". Até então, cada temporada baseou-se em seguir Bauer por 24 horas distribuídas em capítulos de uma hora: a ação era contada em tempo real, o público seguia um relógio na tela. O método narrativo, um dos segredos do sucesso da série, é mantido, mas com 12 episódios de uma hora. Partes do dia serão suprimidas.
No mais, é arriscado fugir do conceito da série, marcada por explosões, ação e suspense. "Para o fã, a única coisa que muda é ser em Londres, não há diferença no resto", diz o ator William Devane, que volta na pele do presidente, depois de ter feito o secretário de Defesa na quarta temporada. Presidente democrata ou republicano? "Independente", responde ele, chupando um pirulito.


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