terça-feira, 7 de janeiro de 2014

ENTREVISTAS

Paulo Gustavo celebra o sucesso na TV, teatro, cinema e internet
 
Humorista que protagoniza os programas “Vai que cola” e “220 Volts” no canal Multishow apresentou em Fortaleza, no Siará Hall, o espetáculo que inspirou o filme “Minha mãe é uma peça”

> Paulo Gustavo caracterizado como Dona Hermínia: pela quantidade de personagens e por sua graça, foi comparado com Chico Anysio, e disse para o DIVIRTA-CE que já recebeu convite de todas as emissoras abertas

Com suas dezenas de personagens atuais, sutis ou escrachados, mas, com certeza, hilariantes, o ator Paulo Gustavo é um dos comediantes mais celebrados do Brasil na atualidade. Ele passou por Fortaleza apresentando “Minha mãe é uma peça” espetáculo de autoria dele, que, segundo o release de apresentação, é “uma peça que poderia ter sido escrita por qualquer brasileiro mais atento às loucuras e complexidades banais de sua própria mãe”, o que já garante alguma identificação da platéia. Paulo capta, no texto, mas sobretudo nos jeitos e trejeitos de Dona Hermínia, a alma dessa mulher de meia idade, aposentada e sozinha cuja maior ocupação é justamente procurar o que fazer, uma vez que seus filhos estão crescendo e não precisam mais de seus excessivos cuidados e broncas.
Formado na Casa das Artes de Laranjeiras - CAL,  no início de 2005, Paulo conversou com o blog DIVIRTA-CE por telefone, direto do Rio de Janeiro, segundo ele “dirigindo no Túnel Rebouças”, e comentou sobre o início da carreira, o sucesso atual, a construção de personagens e seus próximos projetos. O humorista que estreou na TV a cabo mas ganhou visibilidade na internet, deverá filmar uma nova produção para o cinema.
“Minha Mãe é uma Peça” que permanece em cartaz há sete anos e já foi visto por dois milhões de espectadores, será apresentada no próximo sábado, no Siará Hall.  Atualmente Paulo esta a frente dos programas “220 Volts” e “Vai que cola”, ambos no canal Multishow, e o espetáculo que será apresentado na capital cearense se tornou um filme de grande sucesso, recordista de público no ano de 2013. Leia a entrevista:

DIVIRTA-CE- Você é um sucesso, mas as pessoas sempre querem saber do início da carreira, o que você fez antes do teatro... fale um pouco deste começo.
PAULO GUSTAVO-
Me formei no segundo grau técnico em Turismo, viajei um pouco, fui para os Estados Unidos, fiquei 20 dias trabalhando lá, fui garçom, atendente de loja. Até me envolver com o teatro e vi que iria fazer aquilo mesmo. Voltei ao Rio de Janeiro e me falaram sobre a CAL (Centro de Artes Laranjeiras), que mudou minha vida, onde conheci muitas pessoas que me influenciaram a fazer o que eu gosto.

DIVIRTA-CE- O filme “Minha mãe é uma peça”, foi inspirado no espetáculo teatral? Me fale um pouco do espetáculo. Quando terá a segunda parte ou um novo filme?
PAULO GUSTAVO –
O espetáculo é uma homenagem às mães dos meus amigos, dos primos, não só da minha mãe, como todo mundo pensa. É um pouco daquela mãe brasileira, protetora, mãezona. Quanto ao filme, vai ter segunda parte sim, mas antes, em novembro e dezembro, estarei filmando “220 Volts”, que vai estrear no cinema com previsão para Junho de 2015.

DIVIRTA-CE - Você transforma clichês da sociedade em personagens engraçadíssimos - sua inspiração para fazer graça é o "exagero"? 
PAULO GUSTAVO –
Não sei se é o exagero, mas gosto de brincar o tempo todo. Normalmente crio meus personagens saindo com meus amigos, me divertindo. Quando faço um espetáculo, eu chego duas horas antes de começar e já me visto como ‘Senhora dos Absurdos’, por exemplo. A peça pode até não rolar por falta de luz, técnica, porque o público ainda não entrou, mas eu estou lá pronto, brincando com o contra-regra, a menina da limpeza. Crio meus personagens no cotidiano das minhas brincadeiras. 

DIVIRTA-CE – A sitcom de humor que você protagoniza “Vai que cola”, do canal a cabo Multishow, vai para a Globo? Isso foi cogitado em algumas notas de jornal, é verdade? Você já recebeu muitos convites de emissoras da TV aberta?
PAULO GUSTAVO –
Já recebi convites de todas as emissoras, Band, Rercord, Globo, mas estou muito satisfeito no canal Multishow, tenho tudo que eu quero lá. Em relação ao “Vai que cola”, se vai para a Globo, não estou sabendo disso... Sei que daqui a pouco estaremos gravado a nova temporada do programa, e quem quiser ir assistir deve mandar email para plateiasitcom@gmail.com .

DIVIRTA-CE- Você é um ator de tremenda auto-estima, e com tantos personagens, já foi comparado por alguns críticos como ‘o Chico Anysio niteroiense do seculo 21’... quais os artistas que te inspiram?
PAULO GUSTAVO –
Para mim, é uma honra ser comparado com Chico, acho ele um mestre, gênio. Quanto a dizer quem me inspira, são muitos: eu amo Fernanda Montenegro. Mas tem Luís Fernando Guimarães, Regina Casé, Fernanda Torres, Louise Cardoso, Diogo Vilela...

DIVIRTA-CE- Você já se apresentou no Ceará. Como observa o público e os humoristas dessa nossa terra do humor?
PAULO GUSTAVO –
Acho o público do Nordeste, assim como seu clima, super quente. Toda vez que vou para esse lado do Brasil o espetáculo lota, todo mundo participa, ri demais. Adorei da outra vez que estive no Ceará... e tem tanto humorista bom que é cearense que eu nem sei qual elogiar.


DIVIRTA-CE- Com tanto sucesso deve faltar tempo para curtir a vida? Ou quais são seus maiores prazeres nas horas vagas?
PAULO GUSTAVO –
Tenho que encontrar tempo para escutar música, que adoro, ouvir Beyoncé, por exemplo. E sair com meus amigos para tomar umas caipivodkas!













SHOWS


Isaac Cândido celebra 25 anos de carreira com Amelinha no projeto Duetos 

Os dois farão apresentação única, no Anfiteatro do Centro Dragão do Mar, na próxima sexta, dia 17 de janeiro


Os fãs da cantora Amelinha e Isaac Cândido poderão matar a saudade de seus cantos em Fortaleza, fechando a primeira etapa do projeto Duetos, criação e direção de Ulisses Gaspar, comunicador do Programa História da Música, apresentado na TVC nas noites de sábado, terá como local o palco do anfiteatro do Centro Cultural Dragão do Mar com entrada gratuita. Para ajudar a uma entidade filantrópica, a produção do evento pede apenas que cada pessoa leve uma lata de leite em pó.
De volta ao Ceará para uma temporada de shows, Amelinha apresenta o repertório do disco e DVD “Janelas do Brasil – ao vivo”, lançados este ano pelo selo Lua Music. Embalada pela boa repercussão, a cantora circula o Brasil, relembrando sucessos de Fagner, Belchior, Ednardo e entoando canções de novos parceiros como Zeca Baleiro, Marcelo Jeneci, Almir Sater e Chico César. A jandaia – como a apelidou, certa vez, o encantado Vinicius de Moraes - de voz forte, marcante, vem acompanhada pelo maestro e violonista Julinho Brown, parceiro antigo, com quem divide palco já há alguns anos, e o guitarrista argentino César Rebechi.
Amelinha dá sequência a trajetória de mais de 35 anos, 16 discos lançados, celebrando em disco os grandes momentos da carreira, seus parceiros, sua terra, e apontando novos caminhos. “Ainda guardo em mim noites de cetim, lua de marfim, dias de sol cheio”, cantarola a artista, sobre a fase, aludindo aos versos de “Noites de Cetim”. O repertório do show traz sucessos como “Foi Deus Quem Fez Você”, “Mulher Nova, Bonita e Carinhosa”, “Frevo Mulher”, passando pela bela valsa "Ai quem me dera", feita para ela por Vinicius de Moraes na década de 1960 e só gravada em 2011, e ainda clássicos do Pessoal do Ceará, como “Terral” (Ednardo), “Galos, Noites e Quintais” (Belchior) e “Asa Partida” (Abel Silva e Fagner). “Nenhuma das canções foram escolhidas de forma aleatória. Elas contam a minha história”, reforça.
Isaac Cândido, cantor, compositor, instrumentista e produtor cultural, nascido em Orós, município do Ceará, completou 25 anos de carreira e conversou com DIVIRTA-CE sobre o show que fará com Amelinha no Dragão do Mar. Seus trabalhos foram caracterizados pela ousadia, diversidade e determinação, através de ricas melodias, sofisticadas harmonias e textos de forte influência concretistas. O repertório deste cearense tem mais de 350 composições, numa fusão de choro, baião, tango, salsa, instrumental brasileiro, baladas e rock.

DIVIRTA-CE - Você se divide entre produção e um trabalho autoral consistente, de qualidade, elogiado por medalhões da MPB. São quantos anos de carreira e quais os momentos memoráveis?
ISAAC CÂNDIDO -
São 25 anos de careira. Quando me pego relembrando os grandes momentos de minha carreira, vejo os shows que fiz com Leny Andrade - foi um dos mais importantes da minha música -, isso inclui o respeito e cuidado que ela tinha comigo e os grandes lugares que toquei pela primeira vez (Teatro Rival, Bar do Tom, Teatro Municipal, Teatro da UFF...). Outro grande momento, o mais importante, foi ser interpretado pela Simone Guimarães no CD “Cândidos”. Fazer abertura de shows para grandes nomes da nossa música foi uma escola inesquecível: Fagner, Ednardo, Tom Zé, Zélia Ducan, Claudio Zoli, Tunai... me deram muita maturidade. Fazer a produção pela primeira vez de Vander Lee, Rita Ribeiro, Celmar, Claudio Nucci, Zoli. Dá uma satisfação ver que a semente foi bem plantada.

DIVIRTA-CE -
- Por ter parentesco com Fagner, e conviver com artistas desde criança, você deve ter passado por diversas gerações e estilos. Como você vê a produção musical dos artistas da nossa terra na atualidade, como Sam Alves e Daniel Peixoto?
ISAAC CÂNDIDO -
Durante esses 25 anos de carreira vi muita coisa acontecer, muita gente boa surgir, muita gente boa desistir. Espero que o Sam Alves encontre o caminho certo, que ele mostre ao Brasil, que aqui no Ceará existe uma geração de compositores que precisam dele. Isso fortaleceria toda uma geração que precisa de sua linda voz. 
DIVIRTA-CE - Como é a interação entre artistas e o público no projeto Duetos? Você fará show esta semana com Amelinha, uma lenda da música nordestina. Como é para você dividir o palco com ela e quais serão as próximas atrações do projeto?
ISAAC CÂNDIDO -
A interação dos artistas com o público é emocionante, alguns desses artistas tinha algum tempo que não faziam shows aqui, e eles ficam emocionados mais que o público. Fazer o show com Amelinha é um sonho que irei realizá-lo nesta sexta. Passei parte de minha vida ouvindo seus CDs e sonhando um dia ouvir uma música minha na sua voz. As próximas atrações do projeto ainda não foram definidas, quem manda é o Ulysses Gaspar eu só ajudo dando opções.

DIVIRTA-CE
- Por ser produtor e artista atuante em todo o Ceará (e fora dele), você conhece as dificuldades de apoio para cantores e grupos de nosso estado. Como você analisa a questão dos cachês minúsculos dados para os artistas cearenses, enquanto os chamados "nacionais" levam milhares de reais dos nossos cofres públicos?
ISAAC CÂNDIDO -
Isso é o retrato da falta de articulação de nossa classe. O Poder Público não tem o menor respeito com o trabalho dos artistas cearenses, além de pagar muito mal. Quando inclui alguém daqui, os pagamentos saem com três, quatro meses depois. No dia que a nossa classe artística cearense for às ruas exigindo respeito, assim como acontece em Recife,  cobrando atitudes do governo, talvez aconteça alguma pequena mudança.

DIVIRTA-CE - Sua canção mais conhecida e adorada pelo público, "Os Bêbados", é a mais pedida nos seus shows... É a que você mais gosta do seu repertório autoral? Como foi sua concepção? O que o Isaac Cândido escuta atualmente?
ISAAC CÂNDIDO -
Essa música do parceiro Marcus Dias tem uns 25 anos, é um referencial no meu trabalho, por ando passo tem sempre alguém falando dela. Tenho escudo muito Rádio Senado, ela consegue mostrar um pouco mais de nossa diversidade sonora. 

DIVIRTA-CE -
Me fale um pouco dos seus próximos projetos de produção e quando sairá um CD com músicas inéditas de Isaac Cândido (ou, quem sabe um DVD!)? 
ISAAC CÂNDIDO -
Esse ano vai sair o documentário-DVD-CD e catálogo de 25 anos de carreira. Só tenho que terminar de captar os recursos e parar de produzir os outros (risos).

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