quinta-feira, 10 de maio de 2012

CINEMA CEARÁ


Audiodescrição possibilita a deficientes visuais assistirem filmes no Centro Cultural BNB-Fortaleza

A audiodescrição será realizada por Bruna Leão e Klístenes Braga

 O Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza (rua Floriano Peixoto, 941 – Centro – fone: (85) 3464.3108) lançará o projeto “Superação”. O novo projeto do CCBNB-Fortaleza visa realizar ações sistematizadas das pessoas com deficiência visual aos programas oferecidos pelo Centro Cultural Banco do Nordeste nas áreas de artes cênicas, artes visuais e audiovisual, por meio da audiodescrição.

A audiodescrição é uma modalidade de tradução audiovisual, que consiste na análise criteriosa e consciente dos elementos de caráter visual que deverão ser traduzidos em palavras, a fim de contribuir com o processo de inclusão social no Brasil, a partir do acesso das pessoas com deficiência às manifestações artísticas e culturais do nosso País, para fins de educação, lazer e entretenimento.

O primeiro espetáculo a ser contemplado com a audiodescrição será “A Estrela Cadente”, com o Coletivo de Teatro Manga Rosa.

Sinopse do Espetáculo
Lorrayne Leblon é uma típica celebridade em decadência. Ela conta a sua “trajetória artística”, como conquistou o estrelato e namorou um jogador de futebol, mesmo tendo morado no subúrbio de Caucaia.
Classificação Indicativa: 12 anos.
Duração: 60 min.
Ficha técnica do Espetáculo: Dalton Braz (ator), Emilena Cardoso e Dalton Braz (texto), Ana Paula Prudêncio (direção), Ciel Carvalho (iluminação) e Emilena Cardoso (cenografia e figurino).
Com entrada franca,
o espetáculo “A Estrela Cadente” será apresentado no dia 1º de Junho, sexta-feira, às 15 horas.










Curta-metragem cearense é selecionado para maior festival de animação da América Latina

O curta-metragem cearense "Caminhando para o Iguaçu" está entre os selecionados para o Anima Mundi de 2012, na categoria Futuro Animador –não competitiva

O Festival Internacional de Animação do Brasil é o maior da América Latina e ocorrerá de 13 a 22 de julho no Rio de Janeiro e de 25 a 29 de julho em São Paulo.

A produção é de crianças atendidas pelo projeto Cine Coelce, que oferece oficinas de cinema de animação para o grupo selecionado em diversos bairros de Fortaleza e da Região Metropolitana, sob a direção de Telmo Carvalho e Wolney Oliveira. O filme agora se junta a produções de diversos países no Festival, como Alemanha, Bulgária, Canadá, China, Coréia do Sul, Dinamarca, Estados Unidos, França e Portugal.

O filme “Caminhando para o Iguaçu”, do Cine Coelce, fala sobre a importância da reciclagem, contando a história de três vizinhos bem distintos. Um é um exímio reciclador. O outro separa o lixo de acordo com os dias de coleta, já o terceiro não dá a mínima atenção à coleta seletiva e joga lixo nas ruas, sem nenhuma preocupação. Até que uma grande chuva provoca enchentes, gerando sérias conseqüências.

O Cine Coelce faz parte da rede de ações de responsabilidade sociocultural desenvolvidas pela Coelce em parceria com a Casa Amarela.

FICHA TÉCNICA DO FILME “CAMINHANDO PARA O IGUAÇU”
 (CINE COELCE):
Orientação – Telmo Carvalho e Josimário Façanha
Produção Executiva – Wolney Oliveira
Produção – Patrícia Baía e Andrea Brasil
Edição – Mariana Medina
Trilha Sonora – Daniel Jardim
Mixagem – Alexandre Jardim
Participantes – Andressa Marques; Maria Eduarda; Antônio Gleriston; Francisco Victor; Jhonatan Matias; Catarina Falcão; Luiz Jefferson; Ana Patricia; Adilson Santos; Erick Lima
Ano – 2011
Duração – 5min e 36seg









Cine Viès exibe documentário sobre táticas neoliberais


Adiante debate com a Profª Maria Isabel de Araújo Andrade.

O Núcleo de Economia Política Viès, projeto de extensão do Departamento de Teoria Econômica da Universidade Federal do Ceará, exibe sexta-feira (25), às 14h30min, o documentário “Doutrina do Choque”. O filme, produzido pela jornalista Naomi Klein, revela as táticas econômicas neoliberais aplicadas em alguns países na década de 1970, especialmente no Chile.

A programação será realizada no Auditório Geraldo Nobre, da Faculdade de Economia, Administração, Atuária, Contabilidade e Secretariado Executivo (FEAAC) da UFC. Em seguida, haverá debate com a Profª Maria Isabel de Araújo Andrade.












Mostra Inéditos & Dispersos

Trabalhos cênicos de até 15 minutos de duração

Circo, dança e teatro . circo dança e teatro em trânsito com outras linguagens artísticas      Antigo,susados.reciclados.interrompidos.guardados.renovados.soltos


A Fundação Amigos do Theatro José de Alencar – Fatja e o Instituto de Cultura e Arte do Ceará – Incarte
recebem inscrições de trabalhos artísticos de curta duração para compor a Mostra Inéditos &  Dispersos no âmbito do Zona de Transição – I Festival Internacional de Artes Cênicas do Ceará e III EncontroInternacional de Artes Cênicas do Theatro José de Alencar - TJA, a realizar-se de 15 a 24 de junho no TJA
e seu entorno imediato, em Fortaleza.

O nome da mostra é título de um livro de poesia de Ana Cristina César (Rio de Janeiro, 1952-1983). A Mostra Inéditos e Dispersos é um convite para elaborar e  tornar publicos esboços, rascunhos, anotações de trabalho, experimentos de cena, exercícios e  intervenções urbanas de até quinze minutos de duração.

Inscrições abertas até 27 de maio para autores-solistas ou coletivos de obras concluídas ou em
 processo de construção, desde que sejam trabalhos cênicos que só se tornam possível, só se realizam,
no encontro com o público. As inscrições estão abertas exclusivamente para artistas residentes no Ceará
com 01. obras nos segmentos do circo, da dança e do teatro; 02. obras cênicas em trânsito pelo circo, pela
dança e pelo teatro em diálogo com outras linguagens artísticas.


Siga passo a passo o formato da inscrição
Textos no programa word, fonte times new roman, tamanho 12, com entrelinha 1,5.
Em qualquer parte dos textos, só usar maiúsculas no início de frase e na citação de nomes próprios de pessoas e lugares ou eventuais citações de obras de referência (títulos de filme, livro etc.).
Inscrições com textos escritos em letra maiúscula serão desclassificadas.

Inscrição exclusivamente via e-mail mostraineditosedispersos.2012@hotmail.com, contendo:

01.       Sob o título NOME DA OBRA e AUTORIA, o nome do trabalho e autor(a)/autores da obra, do modo como deve constar no programa e em todo material de divulgação da mostra;

02.     Sob o título RESPONSÁVEL PELA OBRA, as seguintes informações: nome completo, números de rg e cpf, endereço residencial, e-mail, telefones e dados bancários do(a) responsável para receber pró-labore com devidos descontos;

03.     Sob o título DESCRIÇÃO DA OBRA, um texto sobre o trabalho a ser feito. Uma descrição detalhada de até 900 caracteres, contando com espaço; a descrição não deve ultrapassar uma página;

04.     No caso de trabalhos já realizados, incluir sob o título BREVE TRAJETÓRIA DA OBRA um resumo da trajetória da obra de até 300 caracteres, contando com espaço. Incluir registros feitos da obra, como fotografias, textos publicados, imagens em dvd etc;

05.     Sob o título APRESENTAÇÃO DO(A)S AUTORE(S), uma apresentação do(a) autor(a)-solista e ou coletivo de autores. Texto de até 300 caracteres, contando com espaço;

06.     Sob o título ESPAÇO PARA APRESENTAÇÃO DA OBRA, a indicação de espaço do TJA mais adequado para acolher o trabalho. No caso de intervenção urbana, indicar espaço no entorno imediato do TJA, a saber: Praça José de Alencar, rua General Sampaio (trecho entre as ruas Pedro Pereira e Guilherme Rocha), 24 de Maio (trecho entre as ruas Pedro Pereira e Guilherme Rocha) e Liberato Barroso (trecho entre as ruas Guilherme Rocha e 24 de Maio);

07.      Sob o título NECESSIDADES TÉCNICAS, uma descrição detalhada de todas as necessidades técnicas e de produção, com tempo de montagem e desmontagem;

08.     Sob o título FICHA TÉCNICA, uma lista indicando todas as pessoas envolvidas na realização do trabalho e respectivas ações para a sua realização, com e-mail e telefones. Atenção: todas as pessoas da ficha técnica devem ser residentes no Ceará.

ATENÇÃO: INSCRIÇÕES DEVEM SER ENVIADAS ATÉ 17H DE DOMINGO, 27 DE MAIO
Serão consideradas válidas as inscrições recebidas até 17h de domingo, 27 de maio de 2012, contendo todas as informações acima solicitadas e que sigam rigorosamente o passo a passo indicado.


Da seleção
Serão selecionados até 20 obras. Uma comissão de 03 pessoas fará a seleção das obras. Caso o número de inscrições seja menor do que 20 ou a comissão de seleção escolha um número menor do que 20 entre os inscritos, a coordenação do Zona de Transição pode completar com obras convidadas a lista de 20 obras a serem apresentadas.
As obras serão selecionadas observando a não-repetição de nomes nas fichas técnicas. Um(a) artista só pode estar em uma das 20 obras selecionadas, independente da função que desempenha para realização do trabalho. É um fator de caráter eliminatório. Havendo repetição de nome em mais de uma ficha técnica, apenas uma das obras será selecionada.
Cada obra selecionada será contemplada com R$ 400,00 (quatrocentos reais). Valor a ser pago até 30 dias depois do Zona de Transição, 24 de julho de 2012, com devidos descontos.

                   
Da apresentação 
Os trabalhos selecionados serão apresentados publicamente em sessões com acesso gratuito e por ordem de chegada. Datas a serem definidas de acordo com a programação geral do Zona de Transição.
Levando-se em conta o espaço indicado para apresentação da obra no ato da inscrição, pode ocorrer eventual remanejamento de espaço para adequação das 20 obras à programação geral do Zona de Transição.
Dos trabalhos apresentados, 04 serão contemplados, cada um, com uma bolsa estímulo à pesquisa em artes no valor unitário de R$ 1.500,00 (hum mil e quinhentos reais). Valor a ser pago em 03 parcelas iguais de R$ 500,00 (quinhentos reais) dias 24 de julho, 24 de agosto e 24 de setembro de 2012.
Um júri de até 03 pessoas acompanhará a apresentação e  fará a avaliação geral dos 20 trabalhos apresentados, elegendo os quatro a serem contemplados com a bolsa estímulo à pesquisa em artes. O júri  pode incluir nomes da primeira comissão, responsável pela seleção dos 20 trabalhos para apresentação.
Para trabalhos que incluam artistas não-residentes em Fortaleza, disponibilizar-se-á ajuda de custo (transporte cidade de origem-Fortaleza-cidade de origem, hospedagem e alimentação) para até 03 pessoas por obra selecionada. É de responsabilidade do(a) autor(a)/autores a presença em Fortaleza, para apresentação da obra, de qualquer integrante acima dos 03 com viagem e estadia cobertas pela Mostra Inéditos e Dispersos.
Todo e qualquer material necessário para a apresentação da obra deverá estar no local da apresentação no dia da montagem indicado pela produção da Mostra Inéditos e Dispersos. A desmontagem se realiza imediatamente em seguida à apresentação, com  retirada de todo e qualquer material relacionado à obra. Montagem, desmontagem e transporte quaisquer de materiais são de responsabilidade do(a) autor(a)/autores.

Condição de Participação
A obra que ultrapassar, em quaisquer medidas, 15 minutos de duração quando de sua apresentação será obrigatoriamente desclassificada, não sendo contemplada com R$ 400,00 (quatrocentos reais) inicialmente previstos nem concorrendo ao estímulo à pesquisa em artes em formato de bolsa no valor de R$ 1.500,00 (hum mil e quinhentos reais).
Quaisquer questões não levantadas na convocatória serão resolvidas no ato da seleção, soberanamente, pela comissão de seleção em comum acordo com a coordenação do Zona de Transição.















INSCRIÇÕES PRORROGADAS PARA O 3o FESTCINE MARACANAÚ - FESTIVAL DE CINEMA DIGITAL E NOVAS MÍDIAS

O FestCine Maracanaú -  Festival de Cinema Digital e Novas Mídias, segue com inscrições abertas 

Até o dia 31 de maio de 2012, a organização do festival recebe produções que participarão da seleção para concorrer nas mostras competitivas de longas e curtas metragens, Mostra Rodolfo Teófilo e Mostra Novas Mídias.

INSCRIÇÕES

Podem ser inscritos filmes e vídeos de qualquer país; estados e municípios brasileiros e de cidades do estado do Ceará, produzidos a partir de 2009, finalizados no formato digital. Para a Mostra Rodolfo Teófilo, podem ser inscritos filmes e vídeos de realizadores da Região Metropolitana de Fortaleza com duração de até 20 minutos. Na Mostra Novas Mídias, produções de até 05 minutos realizadas em mídias digitais - câmeras fotográficas, celular, web cam, dentre outros. 

A ficha de inscrição e o regulamento estão no site www.festcinemaracanau.com.br. O vencedor  na  categoria - Melhor Longa Metragem, receberá prêmio no valor de R$ 10 mil e o  Troféu Maracanaú; na categoria Melhor  Curta Metragem, R$ 5 mil e o  Troféu Maracanaú; na categoria Novas Mídias, R$ 1.000,00 e o Troféu Maracanaú. As demais categorias vencedoras serão agraciadas com o Troféu Maracanaú.

FestCine Maracanaú -  Festival de Cinema Digital e Novas Mídias

Desde a primeira edição realizada em dezembro de 2010, o FestCine Maracanaú se firmou como um dos eventos prestigiados pelo público como pela classe do audiovisual brasileiro e outros países, além do forte reconhecimento por parte da mídia brasileira e do exterior. Em 2011, na segunda edição, novamente foi marcado pelo pioneirismo. Pela primeira vez no Brasil, profissionais dos estúdios DreamWorks estiveram no país para ministrar workshop. Bill Tessier e Chris Kirshbaum ministraram workshop de animação e efeitos especiais. O festival também contou com as participações dos atores Jayme Matarazzo, Nathália Dhill e Cláudio Jaborandy, homenageado do ano.

O Festcinemaracanaú é realizado pela Abraham Filmes e Estúdios Digitais, sob a direção geral de Afonso Celso.   Patrocínio da Coelce. Parceria do Governo do Estado do Ceará, através da Secretaria da Cultura (Secult) e Governo Federal -  Ministério da Cultura, através da Lei de Incentivo à Cultura, Prefeitura Municipal de Maracanaú, Fundação Cultural de Maracanaú.






Mostra "Sol Maior"

O vídeo Fortaleza em Sol Maior, realizado pela Vila das Artes em produção coletiva será exibido a partir desta sexta-feira em diversos espaços da cidade


 O vídeo traz histórias inspiradas em canções de compositores cearenses: Chega, Chega, Chegadinho,da professora e pesquisadora Célia Chaves Gurgel do Amaral sobre a composição de Lauro Maia; Samples de Odiamor do realizador Leonardo Mouramateus baseada na canção de Uirá dos Reis; Menino de Rua, da estudante Marina Marques Morais, sobre a música de Luiz Sérgio; Curta-metragem, do realizador Ítalo Nóbrega sobre a música de Rodger Rogério; Samba do Lago, vídeo de Francisco Ribeiro, inspirada na música da banda Breculê; Bicicleta, de Antônio Tavares de Sousa Neto, sobre a música de Wagner de Castro; e Aqui Jazz Você, de Gustavo de Paula Mineiro, composição de Leonardo Adriano Freire Júnior, o Léo Breedlove da banda Verônica Decide Morrer.

A mostra itinerante será exibida nos seguintes espaços:

Dia 16- 19h| Pracinha dos Navegantes -no Bairro Moura Brasil (próximo a Marinha)
Dia 17- 19h| Lago Jacarey -Rua botelho Magalhães com avenida Viena Weyne – Cidade dos Funcionários
Dia18– 19h|Praça da Cidade 2000 - Avenida das Flamboyantes com Rua Passeio das Goiabeiras, bairro Cidade 2000
Dia19- 18h|Praça da Juventude da Cruz Grande - entre a Avenida Dedé Brasil e a Rua Betel, no bairro da Serrinha
Dia 20- 18h| Instituto Montese -Rua Irmã Bazet, 150, Montese
Dia 21- 13h| Instituto Hélio Góes - Rua Padre Anchieta, 1400 - Monte Castelo
Dia 26 -18h| Praça da Juventude do Dendê -Rua Ten.Cel Ésio Lima Verde, Edson Queiroz













Encontro de jovens realizadores da América Latina e do Caribe trará ampla mostra de curtas e longas de vários países


Com o objetivo de reunir jovens realizadores latino-americanos e caribenhos para intercâmbios culturais e estéticos, o I Nossas Américas


 O I Nossas Américas - Nossos Cinemas: I Encontro de Jovens Realizadores da América Latina e do Caribe será realizado em Sobral, a 235 km da capital cearense, entre os dias 23 e 26 de maio, para difundir novas produções audiovisuais e contribuir para o debate teórico e técnico entre os profissionais.
Quatro mostras de filmes compõem a programação: a Mostra Nossas Américas, com longas-metragens; a Mostra Santiago Alvarez, com filmes do cineasta cubano Santiago Alvarez; a Mostra Grande Caribe, com produções caribenhas; e a Mostra Curta Ceará, com curtas-metragens realizados por cearenses. O evento ainda trará mesas temáticas e palestras com convidados especiais.

A partir desse encontro, poderão ser estabelecidas redes solidárias de cooperação, de ensino e de difusão, dentro de um processo de respeito à diversidade e de uma ética que estabeleça a reciprocidade, contribuindo para a universalização das culturas dos povos. Os jovens realizadores convidados foram indicados por universidades, associações de cineastas e órgãos nacionais e internacionais ligados ao cinema e à cultura, dentro de vários perfis culturais, sociais e étnicos. 


Veja os filmes que serão exibidos durante o Encontro:

Mostra Nossas Américas:
“Trabalhar Cansa” (foto) – Direção: Juliana Rojas e Marco Dutra. 35mm. Ficção. 100 min. Brasil. 2011.
“Hamaca Paraguaya”  – Direção: Paz Encina. 35mm. Ficção. 80 min. Paraguai. 2006
“Transeunte” – Direção: Eryk Rocha. 35mm. Ficção. Ficção. 100 min. Brasil. 2010
“El Camino” - Direção: Ishtar Yassin. 35mm. Ficção. Ficção. 90 min. Costa Rica. 2007

Mostra Santiago Alvarez:
“Now” – Direção: Santiago Alvarez. 06 min. 1965
“La Guerra Olvidada” - Direção: Santiago Alvarez. 20 min. 1967
“La Guerra Necesaria” - Direção: Santiago Alvarez. 111 min. 1980
“LBJ” – Direção: Santiago Alvarez. 18 min. 1968
“El Tigre Saltó y Mató.. Pero Morira… Morira!” - Direção: Santiago Alvarez. 16min. 1973
“Abril de Viet-nam en el Año del Gato” - Direção: Santiago Alvarez. 110 min. 1967
“79 Primaveras” – Direção: Santiago Alvarez. 24 min. 1969
“Mi Hermano Fidel” - Direção: Santiago Alvarez. 20 min. 1977
“De América Soy Hijo y a Ella me Debo” – Direção: Santiago Alvarez. 120 min. 1972
“Hastala Victoria Siempre” - Direção: Santiago Alvarez. 20 min. 1967
“Ciclón” – Direção: Santiago Alvarez. 20 min. 1963
“El Nuevo Tango”  – Direção: Santiago Alvarez. 30 min. 1973
“Cómo, Por Qué y Para Que Se Asesina un General?” - Direção: Santiago Alvarez. 35 min. 1971

Mostra Grande Caribe:
“Crónica de una Catástrofe Anunciada”, 2010 – Diretor: Arnold Antonin. Doc. 20 min. Cuba.
“Port Au Prince Se Pam”, 2000 – Diretor: Rigoberto López. Doc. 57 min.Haiti/Cuba
“La Sangre”, 2005 – Diretor: Kolton Lee. Ficção. 8 min, Reino Unido
“Traga!” (Swallow), 2003 – Diretor: Frank E. Flowers. Doc. 23 min. EUA
“Una Misma Raza”, 2006 – Diretor: Jorge Luis Neyra. Doc. 20 min. Cuba
“Querido Camilo”, 2007 – Diretor: Daniel Ross/Julio Molina. Doc. 52 min. Costa Rica / Brasil
“Alma Negra”, 2001 – Diretor: Martine Chartrand. Animação, 10 min. Canadá
“Lluvia”, 2008 – Diretor: Maria Govan. Ficção. 85 min. Bahamas
“20 Anos” – Diretor: Bárbaro J. Ortiz. Animação. 15 min.
“Sueños de Calipso” (Calypso Dreams), 2004 – Diretor: Geoffrey Dunn/Michael Horne. Doc. 90 min. EUA
“Roble de Olor”, 2004 – Diretor: Rigoberto López. Ficção. 125 min. Cuba / França / Espanha

Mostra Curta o Ceará:
“Corisco e Dadá” - Direção: Rosemberg Cariry – 35mm. Ficção. 110min. CE. 1996
“Lua Cambara” - Direção: Rosemberg Cariry – 35mm. Ficção. 95min. CE. 2002
“A Casa das Horas”- Direção: Heraldo Cavalcanti. Ficção. 35mm. 19min. CE. 2011
“Parque de Diversões” - Direção: Armando Praça. Ficção. Digital. 10min. CE. 2002
“Vida Maria” - Direção: Marcio Ramos. Animação. 35mm. 9min. CE. 2006
“Rua da Escadinha 162? - Direção: Márcio Câmara. Doc. 35mm. 18min. CE. 2003
“Retrato Pintado” – Direção: Joe Pimentel. Ficção. 35mm. 13min. CE. 2000
“Capistrano no Quilo” - Direção: Firmino Holanda. Doc. 35mm. 21min. CE. 2007
“Doce de Coco” – Direção: Allan Deberton. Fic.35mm.20min. CE. 2010
“Cine Holiúde” – Direção: Halder Gomes.Ficção. 35mm. 15CE. 2004
“A Amiga Americana” - Direção: Ricardo Pretti e Ivo Lopes Araújo.Ficção. HD. 19min. CE. 2009
“Canoa Veloz” - Direção: Joe Pimentel e Tibico Brasil. Doc. 35mm. 14min. CE. 2005
“Montanha Mágica” – Direção: Petrus Cariry. Doc. 35mm. 13min. 2009
“O Silêncio do Mundo” - Direção: Bárbara Cariry. Ficção. HD. 10min. CE. 2010
“Supermemórias” - Direção: Danilo Carvalho. Doc. 35mm. 20min. CE. 2010
“Sobral no Plural” – Direção: Nilson Almino de Paulo Passos. Doc. DV. 51 min. CE. 2010
“A Vida Entre Tecidos, Fios e Nós” - Direção: Telma Bessa. Doc. DV. 22min. 2011
“Dom Expedito: Cultura, Arte e Expressão” - Direção: Thiago de Castro. Doc. DV. 9 min. CE. 2011
“Vida e Bairro: Vila União” – Direção: Josiany Oliveira Mota. Doc. DV. 12 min. CE. 2011
“Sumaré: História, Versões e Gerações” - Direção: Daniele do Nascimento Rodrigues. Doc. DV. 12 min. CE. 2011
“Lembranças e Vestígios de Cativeiro: Escravidão, Abolição e Pós-Abolição” -Direção: Paulo Henrique de Souza Martins. Doc. DV. 25 min. 2010

Sobre o I Nossas Américas – Nossos Cinemas

O I Nossas Américas - Nossos Cinemas: I Encontro de Jovens Realizadores da América Latina e Caribe tem patrocínio do Ministério da Cultura / Secretaria do Audiovisual, da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará e da Prefeitura Municipal de Sobral. A realização é da Secretaria da Cultura e Turismo de Sobral, Sereia Filmes e Instituto Internacional de Intercambio e Cooperação Artístico e Cultural (INTERARTE). Os apoiadores são a Universidade do Vale do Acaraú (UVA), o Conselho Nacional de Cineclubes - CNC, o Encontro de Documentaristas do Século XXI (DOCLAT SEC XXI) e outras instituições internacionais ligadas ao audiovisual.


Bárbara Cariry, Coordenadora Geral do I Nossas Américas - Nossos Cinemas, afirma que “estamos realizando este Encontro que vem para criar um espaço de troca, de aprendizado e de valorização da produção audiovisual da América Latina e do Caribe. Construímos a proposta deste encontro, também com inspiração em pessoas mais vividas e experientes, espalhadas por diversos países, que compartilharam e colaboraram para a construção deste evento”.

Bárbara diz também que “a programação traz mostras de filmes de cineastas veteranos e jovens de vários países da América Latina e do Caribe. Palestras, oficinas e debates completam os objetivos do encontro, onde a reflexão, o aprendizado e a realização caminham juntos”, finaliza.

Durante quatro dias, os realizadores participarão de mesas temáticas, palestras e mostras de filmes, em busca de novas formas de organização, de trocas e vivências. A partir desse encontro, poderão ser estabelecidas redes solidárias de cooperação, de ensino e de difusão, dentro de um processo de respeito à diversidade e de uma ética que estabeleça a reciprocidade, contribuindo para a universalização das culturas dos povos.
O encontro possibilitará o contato e o intercâmbio entre os jovens realizadores da América Latina e do Caribe, onde as fronteiras entre o antigo e o contemporâneo são quebradas. Em países como Argentina, Venezuela, Equador, Chile, Bolívia, Brasil e México surgem novas cinematografias independentes, experimentais e populares, a partir das novas tecnologias digitais, que merecem atenção.

Veja a Programação Completa do I Nossas Américas – Nossos Cinemas:

Primeiro dia – 23 de maio de 2012

9:00h – SOLENIDADE NO TEATRO SÃO JOÃO: Abertura oficial do Encontro com presença de autoridades, representantes da área do audiovisual e de entidades, comissões do Brasil, da América Latina e do Caribe.
11:00h – MESA DE DEBATE NO TEATRO SÃO JOÃO: "Panorama do Cinema  Caribenho e do seu desenvolvimento como uma das manifestações do Novo Cinema Latino Americano". Participação de Rigoberto López (Cuba), Carlos Mauricio Escobar (Guatemala), Inti Herrera (Cuba), Lázara Herrera (Cuba).
14:00h – MESAS DE TRABALHO NA ESCOLA DE MÚSICA DE SOBRAL:

Mesa 01 - Difusão
Festivais, cineclubes e cinemas populares; Portais de internet e transmídias; Redes e formas cooperativas e comerciais de circulação de conteúdos; Formação de novos públicos e acessibilidade.

Mesa 02 - Cursos e escolas
Novos caminhos para o intercâmbio e a cooperação; Escolas, instituições, ONGs − Programas de Bolsas e residências; Reciprocidade; Intercâmbio entre as Instituições do audiovisual latino-americano e caribenho, com ações voltadas para a juventude; Rede dos estudantes do audiovisual e da diversidade cultural; Brigadas internacionais de audiovisual (audiovisual sem fronteiras).

Mesa 03 - Intercâmbio
Elos entre realizadores, pequenos produtores e distribuidores de conteúdos; Micro, pequenas e médias produtoras, distribuidoras e exibidoras; Coproduções, participações e outras formas de cooperação.

Mesa 04 - Novas Tecnologias
Novas estéticas para novos conteúdos; Novas perspectivas de circulação e socialização de obras audiovisuais; Formatos digitais e transmídias; Portal audiovisual da juventude.

Mesa 05 - Associações
Comitê para criação de uma Associação de Jovens Realizadores da América Latina e do Caribe; Formas de integração entre as associações existentes; Redes, fundos de ajudas.

18:00h – CORTEJO NA PRAÇA DO TEATRO SÃO JOÃO: Apresentação de Bois / Reisados / Maracatu / Quadrilhas / Teatro de Rua etc.
20:00h – MOSTRA DE CINEMA NO TEATRO SÃO JOÃO: Homenagem à cineasta Helena Ignez / Exibição do filme "Trabalhar Cansa", de Juliana Rojas e Marco Dutra (Brasil).

Atividades Paralelas:
14:00h –  OFICINA NA ESCOLA DE MÚSICA DE SOBRAL: Oficina de Roteiro.
14:00h –  OFICINA NA ECOA EM SOBRAL: Oficina de Direção de Arte.
14:00h – MOSTRA NA SECRETARIA DE CULTURA DE SOBRAL: Mostra Grande Caribe.
16:00h – MOSTRA NA SECRETARIA DE CULTURA DE SOBRAL: Mostra Santiago Álvarez.
19:00h –  MOSTRA NO BAIRRO DOM JOSÉ EM SOBRAL: Mostra Visualidades.
19:00h – PRAÇA DA IGREJA MATRIZ DE FORQUILHA: Mostra Curta o Ceará / O Cinema de Forquilha.

Segundo dia – 24 de maio de 2012

9:00h – PALESTRA NO TEATRO SÃO JOÃO: Cineasta Eryk Rocha (Brasil).
9:45h – MESA DE DEBATE NO TEATRO SÃO JOÃO: Mesa sobre o “EnDocXXI” Participação de Humberto Ríos (Argentina),  Saudhi Batalla (Mexico) e Tito Amejeira (Argentina).
11:00h – MESA DE DEBATE NO TEATRO SÃO JOÃO: "O cinema dos Povos Originários". Participação de Iván Sanginés (Bolívia), Marta Rodríguez (Colômbia), David Hernández Palmar (Venezuela), Kuyllur Saywa (Equador), Mónica Charole (Argentina).
14:00h – MESAS DE TRABALHO NA ESCOLA DE MÚSICA DE SOBRAL:

Mesa 01 - Difusão
Festivais, cineclubes e cinemas populares; Portais de internet e transmídias; Redes e formas cooperativas e comerciais de circulação de conteúdos; Formação de novos públicos e acessibilidade.

Mesa 02 - Cursos e escolas
Novos caminhos para o intercâmbio e a cooperação; Escolas, instituições, ONGs − Programas de Bolsas e residências. Reciprocidade; Intercâmbio entre as Instituições do audiovisual latino-americano e caribenho, com ações voltadas para a juventude; Rede dos estudantes do audiovisual e da diversidade cultural; Brigadas internacionais de audiovisual (audiovisual sem fronteiras).

Mesa 03 - Intercâmbio
Elos entre realizadores, pequenos produtores e distribuidores de conteúdos; Micro, pequenas e médias produtoras, distribuidoras e exibidoras; Coproduções, participações e outras formas de cooperação.

Mesa 04 - Novas Tecnologias
Novas estéticas para novos conteúdos; Novas perspectivas de circulação e socialização de obras audiovisuais; Formatos digitais e transmídias; Portal audiovisual da juventude.

Mesa 05 - Associações
Comitê para criação de uma Associação de Jovens Realizadores da América Latina e do Caribe; Formas de integração entre as associações existentes; Redes, fundos de ajudas.
18:00h – APRESENTAÇÃO MUSICAL NA PRAÇA DO TEATRO SÃO JOÃO: Simões Carolino (Forró Pé de Serra).

20:00h – MOSTRA DE CINEMA NO TEATRO SÃO JOÃO: Homenagem a Marta Rodríguez e Lázara Herrera / Exibição do filme "Hamaca Paraguaya" de Paz Encina (Paraguai).

Atividades Paralelas:
14:00h – OFICINA NA ESCOLA DE MÚSICA DE SOBRAL: Oficina de Roteiro.
14:00h – OFICINA NA ECOA EM SOBRAL: Oficina de Direção de Arte.
14:00h – MOSTRA NA SECRETARIA DE CULTURA DE SOBRAL: Mostra Grande Caribe.
16:00h – MOSTRA NA SECRETARIA DE CULTURA DE SOBRAL: Mostra Santiago Álvarez.
19:00h – MOSTRA NO BAIRRO DOM EXPEDITO EM SOBRAL: Mostra Curta o Ceará.
19:00h – PRAÇA DA IGREJA MATRIZ DE FORQUILHA: Mostra Curta o Ceará / O Cinema de Forquilha.

Terceiro dia – 25 de maio de 2012

9:00h – PALESTRA NO TEATRO SÃO JOÃO: Cineasta Michel Régnier (Canadá).
9:45h – MESA DE DEBATE NO TEATRO SÃO JOÃO: “Cinema entre Fronteiras”. Participação de Axel Monzú (Argentina), Luis Alberto Cassol (Brasil),           Daniel Palacios (Paraguai), Nicolas Amadio (Argentina).

11:00h – MESA DE DEBATE NO TEATRO SÃO JOÃO: “Cinema: Ensino e Prática” Participação de Rafael Rosal (Cuba), Geraldo Sarno (Brasil), Alicia Cano (Uruguai), Ivan Sanginés (Bolívia), Petrus Cariry (Brasil), Manfredo Caldas (Brasil).

14:00h – MESAS DE TRABALHO NA ESCOLA DE MÚSICA DE SOBRAL:

Mesa 01 - Difusão
Festivais, cineclubes e cinemas populares; Portais de internet e transmídias; Redes e formas cooperativas e comerciais de circulação de conteúdos; Formação de novos públicos e acessibilidade.

Mesa 02 - Cursos e escolas
Novos caminhos para o intercâmbio e a cooperação; Escolas, instituições, ONGs − Programas de Bolsas e residências; Reciprocidade; Intercâmbio entre as Instituições do audiovisual latino-americano e caribenho, com ações voltadas para a juventude; Rede dos estudantes do audiovisual e da diversidade cultural; Brigadas internacionais de audiovisual (audiovisual sem fronteiras).

Mesa 03 - Intercâmbio
Elos entre realizadores, pequenos produtores e distribuidores de conteúdos; Micro, pequenas e médias produtoras, distribuidoras e exibidoras; Coproduções, participações e outras formas de cooperação.

Mesa 04 - Novas Tecnologias
Novas estéticas para novos conteúdos; Novas perspectivas de circulação e socialização de obras audiovisuais; Formatos digitais e transmídias; Portal audiovisual da juventude.

Mesa 05 - Associações
Comitê para criação de uma Associação de Jovens Realizadores da América Latina e do Caribe; Formas de integração entre as associações existentes; Redes, fundos de ajudas.

18:00h – APRESENTAÇÃO MUSICAL NA PRAÇA DO TEATRO SÃO JOÃO: Banda Transcenda ( Samba rock)

20:00h – MOSTRA DE CINEMA NO TEATRO SÃO JOÃO: Exibição do filme “Transeunte” de Eryk Rocha (Brasil) /  Homenagem aos cineastas Geraldo Sarno e Michel Régnier.

Atividades Paralelas:
14:00h – OFICINA NA ESCOLA DE MÚSICA DE SOBRAL: Oficina de Roteiro.
14:00h – OFICINA NA ECOA EM SOBRAL: Oficina de Direção de Arte.
14:00h – MOSTRA NA SECRETARIA DE CULTURA DE SOBRAL: Mostra Grande Caribe.
16:00h – MOSTRA NA SECRETARIA DE CULTURA DE SOBRAL: Mostra Santiago Álvarez.
19:00h – MOSTRA NO BAIRRO CONJUNTO SANTO ANTONIO EM SOBRAL: Mostra Visualidades.
19:00h – PRAÇA DA IGREJA MATRIZ DE FORQUILHA: Mostra Curta o Ceará / O Cinema de Forquilha.


Quarto dia – 26 de maio de 2012

9:00h – PALESTRA NO TEATRO SÃO JOÃO: Palestra com a cineasta Helena Ignez.
9:30h – MESA DE DEBATE NO TEATRO SÃO JOÃO: “Distribuição e Difusão − Cinemas e Transmídia” Participação de Frederico Machado (Lume Filmes − Brasil), Silvia Cruz (Vitrine Filmes − Brasil), Isabela Cribari (Pesquisadora − Brasil), Claudino de Jesus (Brasil), Rosemberg Cariry (Brasil).
11:00h – MESA DE DEBATE NO TEATRO SÃO JOÃO: “Novos desafios para a gestão governamental”. Representante da ANCINE (Brasil), Representante SAV (Brasil), Jorge Luís Serrano (Equador), Carmen Rosa Vargas (Peru), Paulo Linhares (Brasil), João Baptista Pimentel (Brasil), Sérgio Mamberti (Brasil).
14:00h – PLENÁRIA NO TEATRO SÃO JOÃO:  Sistematização dos conteúdos das mesas temáticas / Elaboração da Carta de Sobral do I Encontro de Jovens Realizadores da América Latina e do Caribe.
16:00h – FEIRA NO TEATRO SÃO JOÃO: Moitará (Feira de trocas de objetos culturais, artísticos e artesanais entre os participantes).
16:30h – ESCOLA DE MÚSICA DE SOBRAL: Reunião da Comissão de redação: Escritura final da Carta de Sobral.
20:00h – MOSTRA DE CINEMA NO TEATRO SÃO JOÃO: Exibição do filme “El Camino” de Ishtar Yassin (Costa Rica) /  Leitura do Documento Final / Homenagem a Humberto Rios.
22:30h – APRESENTAÇÃO MUSICAL NA PRAÇA DO TEATRO SÃO JOÃO: Show Nossas Américas com Myrlla Muniz.

Atividades Paralelas:
14:00h – OFICINA NA ESCOLA DE MÚSICA DE SOBRAL: Oficina de Roteiro.
14:00h – OFICINA NA ECOA EM SOBRAL: Oficina de Direção de Arte.
14:00h – MOSTRA NA SECRETARIA DE CULTURA DE SOBRAL: Mostra Grande Caribe.
16:00h – MOSTRA NA SECRETARIA DE CULTURA DE SOBRAL: Mostra Santiago Álvarez.
19:00h – MOSTRA NO BAIRRO VILA UNIÃO EM SOBRAL: Mostra Curta o Ceará.
19:00h – PRAÇA DA IGREJA MATRIZ DE FORQUILHA: Mostra Curta o Ceará / O Cinema de Forquilha


Conheça alguns dos participantes:

GERALDO SARNO – DO CARIRI AO CARIBE
O Nordeste, no início dos anos 1960, estava na pauta do Cinema Novo brasileiro em obras de ficção de grande efeito artístico, dotadas de denúncia social e de engajamento político. Nesse momento, chegaria a vez de o documentário também abordar essa região com um novo olhar. Distinguindo essa corrente dos modelos francês e norte-americano, Glauber Rocha diria que o cinemanovismo brasileiro criou o “documentário-verdade terceiro-mundista”. O Ceará esteve na rota desses novos filmes. O Estado então produzia muito pouco cinema. O curta etnográfico Rede de Dormir (1965), de João Maria Siqueira, foi uma dessas raras exceções. Nesse quadro, dos cineastas que nos visitaram, pode-se afirmar que o baiano Geraldo Sarno foi o que mergulhou mais intensamente em nossa realidade.
Mas deve-se dizer que Sarno é, sobretudo, um cineasta do Nordeste. Seu primeiro filme, o média Viramundo (1965), já era o retrato crítico de migrantes rurais da região, jogados numa metrópole industrial como São Paulo. O crítico Luiz Zanin, falando da influência no Brasil do argentino Fernando Birri, criador da escola de cinema de Santa Fé, nos remete a um simpósio paulista onde Birri teria inspirado o projeto Brasil Verdade, produzido por Thomaz Farkas. Nesse longa de episódios, inseriu-se Viramundo, de Geraldo Sarno, ao lado de episódios de Maurice Capovilla,  de Paulo Gil Soares e do argentino Manuel Gimenez.

A parceria de Sarno e Farkas logo se desdobraria numa série de curtas que realizariam, principalmente, no sertão nordestino. No que tange ao Ceará, o Cariri, na parte sul do Estado, se impôs como cenário de vários curtas, onde aspectos culturais, artísticos, históricos e sociais foram documentados por suas câmeras de 16mm. Então, cidades como Juazeiro do Norte e Crato destacaram-se na produção dessa Caravana Farkas, iniciada em 1967. O vasto material de arquivo se multiplicaria em novas visitas da mesma à região. Desdobrando-se em vários títulos, rodados entre 1967 e 1969 e lançados no início dos anos 1970.
Para Geraldo Sarno, aquela primeira viagem “pautou a minha atividade em cinema até os anos 80”. No Ceará, seus filmes descobriram o mundo das estatuetas de madeira, das gráficas de cordéis, das gravuras, dos cantadores, das bandas de pífanos. Do primeiro momento, geraram-se títulos como Os Imaginários, Jornal do Sertão, Dramática Popular e Eu carrego um sertão dentro de mim (só montado em 1980). Depois, vieram Casa de farinha, O Engenho, Região Cariri e Padre Cícero (com imagens deste sacerdote feitas em 1925 pelo cearense Adhemar Albuquerque). Os dois primeiros foram rodados num só dia; os outros dois foram resultados de sobras de montagem. Mas seu grande trabalho sobre a região foi um média-metragem de título eisensteiniano: Viva Cariri! Para o cineasta, “o Cariri é uma metáfora, uma síntese metafórica de todo o sertão”. Filmado em 1969, foi editado no ano seguinte.

O primeiro longa de ficção assinado por Sarno foi O Pica-pau amarelo (1973), baseado na obra de Monteiro Lobato. Depois ele faria o também ficcional Coronel Delmiro Gouveia (1977). Dessa vez, denunciava a mão do capital inglês imperial a solapar os investimentos do industrial nacionalista que dá nome ao filme. O roteiro foi escrito pelo próprio diretor e por Orlando Senna. Coincidentemente, Delmiro era um cearense de Ipu, amigo de Padre Cícero.
A religião também foi tema na obra de Geraldo Sarno. No seu longa-metragem Iaô (1976), ele documentou os cultos de orixás mantidos no Brasil por descendentes de escravos trazidos da África. Mas os horizontes do cineasta não se fechariam nas fronteiras do Nordeste ou do resto do Brasil. Quando rodou o longa Deus é um Fogo (1989), seus olhos se voltaram também para outros países da América Latina. Nesse documentário, trataria das ações da chamada Teologia da Libertação. Sobre o filme, Frei Leonardo Boff escreveu que Sarno “escolheu as fronteiras mais perigosas e as situações mais conflitantes porque é aí que se mede a autenticidade ou não deste tipo de cristianismo libertário: a Nicarágua, Cuba, e o altiplano andino do Peru e do Equador e o interior do Brasil, bem como as periferias urbanas. Trata-se de um filme carregado de luta.”

O diretor ainda abordou as lutas no continente latino-americano em outro longa, Tudo isto me parece um sonho (2009). Dessa vez, o documentário foi somado à ficção, para tratar da vida do General Abreu e Lima. Trata-se de uma personagem histórica pouco conhecida, um pernambucano parceiro de Simón Bolívar nas lutas contra o Império Espanhol e em favor da independência da Venezuela e da Colômbia.
Geraldo Sarno também cuidou de fazer circular ideias no papel. Em 1994, ele escreveu o estudo “Anos 60 − Glauber Rocha e o Cinema Latino-Americano”, em que discute um texto cubano deste seu amigo baiano. Na revista “Cinemais”, do Rio de Janeiro, encabeçou o conselho editorial. A publicação deu amplo espaço ao cinema de qualidade vindo de qualquer país, com destaque àquele da América hispânica, inclusive com textos diretamente em espanhol.


HELENA IGNEZ -  UMA ATRIZ AUTORAL
Helena Ignez fez teatro, televisão e se notabilizou no cinema. Assim, telegraficamente, podemos anunciar essa atriz, cujo percurso iniciou-se na Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia, em 1957. Em Salvador, por intermédio dessa instituição pública soprava-se o vento renovador em vários campos da arte. Não por acaso, a vanguarda baiana ali fecundada seria reconhecida nacionalmente na década posterior. Helena Ignez fez parte desse momento. Sua primeira atuação em filme foi no experimental O Pátio (1958), do também estreante diretor Glauber Rocha (com quem se casaria).  Em longa-metragem, participou de uma das mais importantes obras do ciclo baiano do período, A Grande Feira (1961), de Roberto Pires. No Rio de Janeiro, compôs o elenco de Assalto ao trem pagador (1962), de Roberto Farias. Ela voltaria à terra natal para ser uma das principais personagens noutro longa, O Grito da Terra (1964), do conterrâneo Olney São Paulo. Em seguida, se destacaria em mais uma produção carioca, embora filmada em Minas Gerais: o clássico e poético O Padre e a Moça (1965), de Joaquim Pedro de Andrade. Este filme fecharia o primeiro ciclo cinematográfico de Helena Ignez, vinculado ao início do Cinema Novo.

A segunda fase da atriz baiana nasceu com o longa Cara a cara (1967), de Júlio Bressane. Esta foi uma das obras inaugurais de um movimento que logo assumiria identidade apartada do Cinema Novo, embora Glauber Rocha tenha sido uma de suas matrizes, com seu “cinema guerrilheiro”, lembra a própria Helena. Agora, era a vez do chamado “cinema de invenção”, vulgarmente denominado “cinema marginal”. Em 1968, ela estaria num dos melhores filmes brasileiros de todos os tempos, O bandido da luz vermelha, de Rogério Sganzerla, que seria seu segundo marido (com ele, a atriz viveu até o falecimento do diretor em 2004). O novo movimento firmava suas bases. E vieram outros trabalhos memoráveis, mas de difícil circulação. Uma das exceções foi A mulher de todos (1969), também de Sganzerla. Protagonizado por Helena Ignez, definitivamente, ela então se afirmaria como uma das maiores atrizes do nosso cinema, conquistando prêmios por sua atuação.

O Cinema Novo não gerou grandes personagens femininas. Dentro do “cinema de invenção”, Helena Ignez deu rosto e alma a personagens femininas de maior envergadura. Naquele primeiro movimento, as regras do naturalismo foram quebradas, particularmente por Glauber. Numa postura igualmente original, Helena Ignez prosseguiria com isso, criando uma interpretação distanciada que não pretendia copiar modelos estrangeiros. Tratava-se de um método bem pessoal, impregnado de humor (sem querer ser cômico) e de posturas irreverentes para agredir a cafajestice nacional. Seu gesto e sua palavra feriam o machismo, a boçalidade subdesenvolvida. Helena transfigurava o ser feminino brasileiro. E nesse ponto, nas suas personagens, ela nos pareceria mais visceral do que outras musas circunscritas a Ipanema. Seria mais desmistificadora, menos fácil de ser incensada. Helena, em suas personagens do "cinema de invenção", atingia uma geografia e uma psicologia socialmente mais amplas. Suas interpretações liberavam certo fluxo do subconsciente nacional. Ela, charuto cubano na boca, é moderna e impositiva (A Mulher de Todos, 1969); ela, do transe à sutileza, é quem lança impropérios contra a Terra, “planetazinho vagabundo”, para na mesma cena afagar uma criança e beijar serenamente a testa de Luiz Gonzaga, que canta um baião (Sem essa aranha, 1970); ela é a “fera oxigenada” da favela, a nos desnortear, enquanto é insultada por querer cantar na Rádio Nacional (Copacabana mon amour, 1970). Aliás, esses títulos dirigidos por Sganzerla formam a trilogia básica da atriz.

Numa entrevista ela diria: “Esses personagens nasciam do meu corpo, da minha expressão, e chegavam a ser um objeto comum fílmico entre os diretores e eu. Eu trabalhava os meus personagens de uma forma bastante autoral, muito autoral. Criava a partir de mim mesma. Aliás, este é o método que até hoje eu desenvolvo.” Sempre se falou em “cinema de autor”, mas um intérprete autoral é algo pouco discutido. E Helena Ignez sempre foi isso mesmo. “O ator perfeito é o que sabe, pela sua arte, ultrapassar a imaginação do diretor”, disse ela noutra ocasião. O cinema de Bressane e Sganzerla (com os quais fundou a legendária Belair Filmes, em 1970) tem a cara dessa atriz. Ela imprime sua assinatura na película.

A terceira fase de Helena Ignez é esta que hoje ela põe em curso. Falo da diretora de filmes, mas que não larga a condição de intérprete, é claro. Ela já fez o documentário A miss e o dinossauro − Os bastidores da Belair (2006). Em longa ficcional, assinou Canção de Baal (2008), baseado livremente na primeira peça de Bertolt Brecht, uma das matrizes para se entender o método da atriz. Com Ícaro Martins, dividiu a direção de Luz nas trevas − A revolta de luz vermelha (2012), com roteiro de Sganzerla, organizado por ela e outros colaboradores. Portanto, seu casamento artístico com o cineasta se perpetua. Ambos, diria Helena Ignez, pensavam a arte de forma absolutamente coesa. Novas luzes hão de vir.


HUMBERTO RÍOS - CINEMA E RESISTÊNCIA
Humberto Ríos, cineasta, nascido em 30 de novembro de 1929, em La Paz, Bolívia, mas que adotou a Argentina como seu país de referência e nacionalidade e onde está radicado há várias décadas. Integrante e fundador do movimento do Novo Cinema Latino Americano, seu primeiro curta-metragem, Faena, data de 1960. Nos seus começos, trabalhou junto de duas grandes referências do cinema político argentino: Raymundo Gleyzer y Fernando “Pino” Solanas. Com o passar dos anos, desenvolveu também um vínculo muito profundo com Santiago Álvarez, sendo um dos principais promotores da sua visita à Argentina em 1997.

Excelente documentarista, ainda que seja realizador em diversos gêneros, tem incursionado nos diferentes campos do audiovisual como acadêmico e realizador, depois de realizar estudos na Argentina e na França, como artista plástico¸ cenógrafo, diretor de fotografia e realizador de documentários e filmes de ficção.
Tem participado em muitos festivais e foi honrado com diversas distinções pelos seus méritos artísticos e pelas suas tarefas militantes a serviço da causa do cinema das Nossas Américas, sendo idealizador e membro do grupo dos fundadores do Encontro de Documentalistas Século XXI, EnDoc XXI. Hoje continua trabalhando como docente na ENERC (Escuela Nacional de Experimentación y Realización Cinematográfica do INCAA) sendo considerado na Argentina como um homem extraordinário que dedica sua vida ao desenvolvimento do documentário cinematográfico latino-americano.

Do seu trabalho profissional como diretor, roteirista, produtor, fotógrafo e editor em diferentes filmes, dos quais se pode destacar como diretor: “Luisa Vehil y los días felices” (curta-metragem, 1989); “Hombres de puerto” (curta-metragem, 1974); “Prensa” (curta-metragem, 1974); “Al grito de este pueblo” (não lançada comercialmente, 1972); “Eloy” (1969); “Pequeña ilusión” (curta-metragem, 1962); “Juego cruzado” (curta-metragem, 1961); “Faena” (curta-metragemo, 1960); como roteirista: “Al grito de este pueblo”; “Eloy”; “Argentina, mayo de 1969: los caminos de la liberación”; como diretor de fotografia: “México, la revolución congelada” (1971); “Argentina, mayo de 1969: los caminos de la liberación; “Ceramiqueros de tras la sierra; Pictografías del Cerro Colorado” (curta-metragem, 1965). Atualmente, realiza uma serie de documentários buscando resgatar a memória dos grandes criadores da cinematografia das Américas, entre os quais Fernando Birri, Alfredo Guevara, Jorge Sanginés.

Disse em entrevista na década de 1970: “Todo meu passado tem muito a ver com os movimentos sociais da Argentina e América Latina, e também com um movimento político-militar que estava acontecendo na França, a questão argelina. Cheguei à conclusão de que foi a realidade que me impôs o oficio de cineasta. Fui para a França com a ideia de continuar trabalhando na pintura e cenografia, mas foi lá que foi parar nas minhas mãos uma fotografia de um documentário argentino de Fernando Birri que me fascinou. Teve essa foto a virtude de me conectar com uma pessoa, que, por  sua vez, levou-me a estudar cinema na França, no  IDHEC, onde conheci os mexicanos Manuel Michel e Salvador Elizondo; Costa Gavras e muitos mais que me obrigaram a pensar num cinema determinado politicamente. Tratava-se do Novo Cinema Francês, que rompia com as tradições cinematográficas da velha França. Foi nesse momento que conheci Nicolas Guillén. No  cinema que ficava em frente ao hotel onde ele se hospedava, víamos os filmes de Luis Buñuel, que, para mim, eram simplesmente melodramas e ele me ensinou a ver tudo o que havia por baixo das imagens. Outros companheiros da escola de cinema, Truffaut, Rivette, Alain Resnais, me ensinaram a discutir um tipo de cinema que eu desconhecia, falavam de Chaplin, que eu tinha como um simples comediante, e comecei a descobrir que, debaixo da estrutura visual dessa casca cômica, tinha uma humanidade alertada pela presença dessas pessoas que me ensinavam a ver e analisar”.

Sendo ainda um estudante, fortaleceu-se a amizade entre aqueles que seriam capazes de transformar conceitualmente a linguagem e as práticas da realização audiovisual.  “Foi no 2º Festival de Viña del Mar em 1967, onde eu descobri o melhor cinema político. Era a primeira vez que nós, os cineastas latino-americanos, nos encontrávamos pessoalmente, que podíamos reconhecer a geografia política do nosso continente, a geografia humana dos nossos companheiros. Foi aí que começou um movimento denominado Novo Cinema Latino americano, nascido dessa presença massiva de cineastas decididos ao  compromisso com a realidade. Havia muita pobreza, humilhação, muita violência e exploração. Nós, os cineastas, tínhamos o desejo de poder expressá-lo com os nossos filmes, e iniciamos um movimento que se estendeu durante muito tempo pela América Latina. Foi assim que comecei a ter o sentido de um compromisso que já tinha assumido simplesmente por solidariedade com meus companheiros e que se convertera em um compromisso real e militante para toda a minha vida”. E essa prática militante o levou a fechar o círculo, comprometendo-se também com a distribuição e exibição dos filmes políticos, dando imagem e voz aos habitantes das Nossas Américas e contribuindo, assim, com a construção da memória coletiva, a outra história, a verdadeira história.


LÁZARA HERRERA - MEMÓRIA E LUTA
Lázara Herrera, documentarista cubana, produtora cinematográfica, tradutora graduada, intérprete, uma peça fundamental no desenvolvimento do Novo Cinema Latino Americano e Caribenho, foi a companheira de Santiago Álvarez até o falecimento do diretor e hoje, com o seu trabalho permanente, mantém viva a memória e a circulação dos materiais produzidos por ele, é dirigente da Oficina Santiago Álvarez, um organismo do ICAIC e ainda é a Diretora Geral do Festival de Cinema Documentário Santiago Álvarez In Memoriam, que já passa da décima edição na cidade de Santiago de Cuba. Portanto, não podemos falar de Lázara Herrera sem falar do gênio e da figura do saudoso Santiago Álvarez. E quem melhor do que Humberto Ríos, nosso homenageado neste Encontro de Realizadores, para lembrar Santiago Álvarez, seu amigo e companheiro de toda uma vida de cinema nas Nossas Américas:
“Sempre deveremos lembrar algo muito importante: Santiago Álvarez é um dos maiores documentaristas de América latina. Foi também um dos pioneiros no que se refere a transformar a linguagem de cinejornal numa linguagem de documentário, numa linguagem, mesmo assim, muito poética. Lembremos que uma das suas primeiras obras realizadas no seu começo como cineasta − quase aos quarenta anos de idade −, deu uma virada importante no cinema latino-americano, e que foi fundador de um estilo de videoclipe que todo o mundo reconhece como “videoclipe político”. Estou falando de Now (1965), curta-metragem de cinco minutos em que ele faz uma demonstração da sua destreza no uso da imagem fixa, fazendo-a transformar pela montagem e a combinação entre imagens em movimento, úteis e belas, com fotografias que passam a ter a mesma importância, o mesmo impacto, fazendo que o espectador assista a um documentário totalmente ágil, muito rítmico, claro e politizado.

Santiago era um excelente músico, um grande montador, um homem que sabia combinar seus ideais políticos com qualquer elemento a seu dispor. E com qualquer coisa tinha a capacidade para fazer um pequeno e maravilhoso trabalho. Tinha a capacidade de converter uma conferência sobre meio ambiente, por exemplo, em uma pequena obra de arte com uma mensagem clara. O que tinha de extraordinário é que organizava suas imagens baseado na imagem pura, a música e os ruídos e efeitos. Não usava quase nunca um narrador, uma voz em “off”; sempre tinha nos seus filmes uma imagem palpitante, forte, bem combinada. E o que faz parte da sua riqueza visual também está inserido na sua riqueza musical. Foi um extraordinário documentarista, mas também um extraordinário homem, como criador da linguagem cinematográfica.
Santiago hoje é uma pessoa emblemática na América Latina, nos anos 1960, ele participou dos principais festivais que houve no continente: Viña del Mar (Chile) e Mérida (Venezuela), dos quais saiu a criação do Novo Cinema Latino americano, e Santiago Álvarez foi um alicerce fundamental nessa construção. O cinema latino- americano está em dívida com ele.

Existe uma coisa muito importante para se ter em conta quando se fala nos documentários do Santiago: as obras menores em duração, de dez, quinze, vinte minutos ou meia hora, são muito mais fortes e intensas do que as obras de duas horas ou de uma hora e meia. É como se o impacto da síntese que faz na imagem, no percurso da narração e da montagem, tivesse sido concentrado todo em poucos minutos e que depois já não teria a mesma força que tinha no começo. Sua importância está na brevidade dos tempos, aí reside a grande potência do impacto...

Meu relacionamento pessoal com ele começou no Festival de Viña del Mar 67. Foi depois de impactar os presentes com a projeção de Now. Depois voltei a vê-lo no Festival de Viña del Mar 69, que foi onde nasceu entre nós uma inabalável amizade alentada pelo feitiço do cinema. Foi nessa ocasião que assistimos pela primeira vez ao filme realizado por ele em homenagem a Ho Chi Min (79 Primaveras, 1967), e a impressão que me provocaram essas imagens cheias de poesia, com uma enorme força revolucionária, repletas de uma grandeza humanística, foi para mim tão importante e intensa que esse momento consolidou a nossa nascente amizade. Depois, com o passar dos anos, voltamos a nos encontrar muitas vezes nas viagens que fazíamos pelo mundo. Lembro um desses encontros muito particularmente, que foi na Conferencia del Tercer Mundo na Argélia em 1973, onde pudemos conversar e discutir muito mais a fundo nossas ideias políticas e cinematográficas. Também coincidia de nos encontrarmos nos festivais europeus e latino-americanos, mas nossa amizade se converteu em algo realmente importante quando, em 1997, consegui levar Santiago Álvarez para a Argentina, graças ao apoio do pessoal da cultura que pedia pela sua presença no país. Foi a partir dessa viagem dele que a nossa amizade com ele e com a Lázara Herrera, sua mulher, ficou muito intensa. Com ela, ainda hoje nós mantemos contato, promovendo a memória de Santiago como um exemplo para continuar impulsionando a criação no cinema documentário.
O cinema de Santiago Álvarez é, nem mais nem menos, do que o começo de um cinema documentário latino-americano”


MARTA RODRIGUEZ - UMA VOZ LIBERTÁRIA
Anos 1960: o mundo convulsionado transita pelo caminho da revolução, da guerra fria, da utopia estudantil. Milhões de jovens se opõem à guerra, sonham com outro mundo, declaram sua rebeldia contra a sociedade capitalista em que vivem. Marta Rodríguez, nascida em Bogotá em 1933, ali cresceu e fez seus estudos básicos. Em 1951, viaja a Barcelona, onde estuda filosofia e sociologia. Em 1953, viaja a Paris, onde descobre o importante movimento cinematográfico francês daquela época. Quando retorna à Colômbia, o revolucionário sacerdote Camilo Torres, em parceria com o mestre Orlando Fals Borda, fundava na Universidade Nacional a primeira faculdade de Sociologia do país, declarando o compromisso político da academia com os setores populares. Camilo Torres levaria Marta a vivências dramáticas na realidade social, decisivas para que ela voltasse a estudar cinema e etnologia em Paris. No Museu do Homem, ela conhece Jean Rouch e participa do movimento documentarista liderado por ele, Joris Ivens e Edgar Morin, com os postulados do “cinema vérité”.

Marta Rodríguez, cineasta, mestra em Sociologia, educada na Europa, na França da Paris inflamada pela rebelião estudantil, retorna a seu país e se aproxima da realidade do setor sul de sua cidade, acompanhada do pedreiro Jorge Silva, que estudou o cinema na escola da vida e nos livros sobre o assunto na Biblioteca Popular Luis Ángel Arango. E foi no trabalho com a realidade social e na investigação audiovisual, que o amor nasceu, unindo-os para mostrar, por meio do documentário, a pobreza real, a verdadeira situação de um país rural desejoso do salto que o convertesse em uma megalópole.
Marta, a licenciada em Ciências Sociais, antropóloga e cineasta, e Jorge, o fotógrafo autodidata, formaram um casal de  documentaristas colombianos, mundialmente considerados os pioneiros do documentário antropológico na América Latina. Suas obras cinematográficas abrangem os movimentos agrários, sindicais, estudantis, as comunidades indígenas e as culturas afro-colombianas, convertendo-se em testemunhas vivas da história da Colômbia. Juntos trabalham incansavelmente no seu primeiro documentário, que virou, com o passar do tempo, uma das referências latino-americanas da luta contra a desigualdade social e que os identificaria como os fundadores, na América Latina, do documentário antropológico: “Chircales” (1966 − 1972), realizado nas olarias da parte alta de Tunjuelito, põe em evidência a desigualdade social, criando uma obra de arte audiovisual política para dar imagem e a palavra às comunidades até então sem voz na Colômbia. Em foco, a sociedade resultante da violência dos anos 1940 e 1950, quando grandes grupos de camponeses são expulsos violentamente para as cidades, onde buscarão refúgio nas zonas periféricas, enfrentando enormes dificuldades econômicas e sociais. Este grande grupo de agricultores com suas famílias numerosas chegam à cidade com poucas ferramentas para sua subsistência, portanto sua força de trabalho é desumanizada e explorada pelos donos das grandes fábricas e indústrias. A história retrata uma destas famílias, a família Castañeda, exibindo cruamente a dureza do trabalho nas olarias e a vida cotidiana permeada pelas tradições culturais colombianas. Uma primeira versão do filme é apresentada no Encontro de Cinema Latino americano de Mérida, onde causa um grande impacto entre os cineastas presentes.
Em resposta às noticias sobre os massacres e torturas sofridos pelos indígenas guahibos, Marta e Silva realizam “Planas, Testimonio de um Etnocídio” (1971), vencedor do Prêmio do Festival de Cartagena; finalizam “Chircales” em 1972 e são premiados em Leizig, Oberhausen, Tampère, Finlândia, México e Cartagena. Em 1976, finalizam “Campesinos”, premiado em Oberhausen, Tampere, Grenoble. Em 1980, apresentam “La voz de los sobrevivientes”, sobre a problemática dos indígenas da região de Cauca, no norte colombiano. Nestes filmes, trabalharam assuntos como o movimento agrário, a recuperação de terras por grupos de camponeses expulsos, os massacres de indígenas e agricultores, o estado de sitio, os problemas ambientais da indústria das flores e o discurso político como elemento de aculturação e dominação. Evidentemente, o relacionamento transcendeu a união física de duas pessoas, estabelecendo uma simbiose partindo da preocupação sociológica, artística e política como casal. Talvez a grande obra cinematográfica que realizaram juntos foi o documentário “Nuestra voz de tierra, memoria y futuro”, o primeiro dos seus longas-metragens, finalizado em 1981, quando conseguiram se integrar a uma comunidade indígena de Cauca durante oito anos. “A terra é a mãe, a terra é a raiz da nossa cultura”. Ao recuperar a terra, o indígena começa um processo de recuperação cultural, de recuperação crítica do seu passado, da sua historia.

Em 1987, Jorge falece aos 46 anos, devido a uma úlcera no duodeno, deixando pendente uma série de trabalhos audiovisuais que Marta assume sozinha, mantendo o legado que estabeleceram juntos a partir de seu trabalho e suas preocupações sociais. Marta finaliza “Nacer de Nuevo” e “Amor, Mujeres y Flores”, premiados em San Francisco e Bogotá. Ela parte para a utilização do vídeo e suas novas tecnologias, como ferramentas de expressão, denúncia e reconhecimento das comunidades oprimidas, especialmente as dos Povos Originários. Com estas comunidades, criará oficinas de técnicas cinematográficas, muitas delas patrocinadas pela UNESCO e facilitará práticas de realização, somando-se à comemoração dos quinhentos anos na perspectiva do “autodescobrimento”, como foi denominado pelos povos indígenas. Baseada nestas experiências escreve o manual “A Nuevas Tecnologias, Nuevas Identidades”. É neste período que realiza em parceria com o documentarista boliviano Ivan Sanginés o filme “Memória Viva” (1992), em memória de 20 lideranças indígenas da região de Cauca, assassinados na recuperação de terras pertencentes a sua reserva. Em parceria com o seu filho Lucas Silva, realiza os filmes “Amapola, la Flor Maldita” (1998), “Los Hijos del Trueno” (1999) e “La Hoja Sagrada” (2002), sobre os cultivos ilícitos nos territórios indígenas de Cauca. Com Fernando Restrepo, dirige “Nunca Mas” (2001), “Una Casa Sola se Vence” (2004) e “Soraya, Amor no es Olvido” (2006), documentários sobre a dramática situação vivenciada pelas comunidades afro-colombianas da região do Urabá Chocoano e Antioquenho, desalojadas violentamente por grupos armados atuantes na Colômbia: guerrilha, milícias paramilitares e o exército regular. A mais recente produção realizada por Marta Rodríguez intitula-se “Testigos de um Etnocidio, Memórias de Resistencia” (2011), um documentário que testemunha o extermínio dos povos indígenas colombianos, e a luta destas comunidades para conservar suas existências e a cultura ancestral por meio da resistência pacífica.

MICHEL RÉGNIER – CIDADÃO DO MUNDO  
Com dupla nacionalidade, francesa e canadense, Michel Régnier realizou mais de uma centena de filmes documentários em cinquenta países das três Américas, Europa, Ásia e África, tratando notadamente da cultura, da educação, do desenvolvimento e dos conflitos sócio-políticos, sempre na perspectiva do respeito à diversidade cultural e do diálogo entre as culturas dos povos.

Para Michel Régnier, o exercício da profissão deve ser vivido como um sacerdócio; não aquele sacerdócio de quem revela verdades imutáveis, mas o exercício de um trabalho cotidiano realizado com a humildade de quem se despe das verdades canônicas e, com os outros, aprende a revelação da vida. Cinema é a matéria do sonho e da vida.

Michel Régnier é, desde o início da sua carreira (1956), membro dos Cidadãos do Mundo. Sempre preocupado com a solidariedade universal e fazendo da sua arte uma ponte entre os homens de diversos países, raças e culturas, ele reafirma a declaração de Van Gogh: “Eu gosto mais de pintar os olhos do povo do que as catedrais”.
Entre seus filmes, vários foram rodados na América do sul e Caribe: Trois Millards



Serviços:
I Nossas Américas – Nossos Cinemas
(I Encontro de Jovens Realizadores da América Latina e Caribe)
Local: Teatro São João - Sobral (CE)
Período: 23 a 26 de maio
Informações: (85) 3224.6944













Cine SESC apresenta mostra “O Cinema Político-Nacional”

Em homenagem aos heróis da ditadura, o Cine SESC preparou a mostra “O Cinema Político-Nacional”, uma coletânea de filmes que relata os conturbados tempos vividos por brasileiros durante os regimes governamentais.

Com o objetivo de trazer reflexões sobre os personagens e a história, a mostra vai fazer o espectador voltar ao passado para refletir sobre o futuro. As exibições acontecem na Sala de Vídeo do SESC Fortaleza, sempre às 18h30. A entrada é gratuita. 




Programação:
 
Dia 15/05
Quase Dois Irmãos (Idem, Bra, 2004)
Dir. Lúcia Murat. Com: Caco Ciocler, Flávio Bauraqui, Werner Schünemann, Antônio Pompêo, Maria Flor, Marieta Severo, Luiz Melodia
Miguel é um senador que decide reencontrar Jorge, um antigo amigo de infância e atualmente poderoso traficante de drogas do Rio de Janeiro, para negociar um projeto social nas favelas. 102 min. Drama. 16 anos.

Dia 22/05
Que Bom te Ver Viva (Idem, Bra, 1989)
Dir. Lúcia Murat. Com: Irene Ravache, Criméia Schmidt de Almeida, Estrela Bohadana, Jesse Jane, Maria do Carmo Brito
A vida de mulheres brasileiras que aderiram à resistência armada à ditadura militar. Misturando ficção e realidade, o filme retrata dolorosas experiências e esforço para reconstruir suas vidas. 100 min. Drama/Documentário. 14 anos.

Dia 29/05
Terra Estrangeira (Idem, Bra, 1996)
Dir. Walter Salles, Daniela Thomas. Com: Alberto Alexandre, Fernando Alves Pinto, Alexandre Borges, Canto e Castro
Brasil, 1990. O plano Collor é anunciado. Sem perspectiva em um país tomado pelo caos, Paco, um jovem de 20 anos de idade, opta pelo exílio após a morte da mãe. 100 min. Drama. 16 anos.

SERVIÇO

Mostra “O Cinema Político-Nacional”
Local: Sala de Vídeo do SESC Fortaleza (Rua Clarindo de Queiroz, 1740)
Horário: 18h30
Entrada: Gratuita






Cine Holliúdy, novo longa de Halder Gomes encerrará o Cine Ceará 2012

O novo filme de Halder Gomes no "Cine Holliúdy" (inédito), fará o encerramento oficial da 22a edição do Cine Ceará - Festival Íbero-Americano de Cinema, no Theatro José de Alencar, dia 08 de junho, às 21h

Inspirado no premiado curta, "O Astista Contra o Caba do Mal" (vencedor de 42 prêmios/exibido em mais de 80 festivais em 20 países e em todos os estados do Brasil), o longa-metragem, desta vez, resgata o momento da chegada em massa da tv no interior do Ceará, na década de 70, quando colocou em xeque as pequenas salas de cinema do interior e a paixão de um exibidor, Francisgleydisson, pela 7a arte.

"Cine Holliúdy" une a nostalgia e o romantismo de uma época, somado ao senso de humor, único, dos cearenses.
Falado parte em "cearensês", o longa terá legendas em português em algumas cenas, e traz uma trilha musical composta por clássicos dos cantores Márcio Greyck, Odair José e Fernando Mendes.

No elenco, Edmilson Filho, Miriam Freeland, Roberto Bomtempo, Falcão, Karla Karenina, João Netto, Jesuíta Barbosa, Joel Gomes, Fernanda Callou, Ary Sherlock, Haroldo Guimarães, dentre vários outros talentos, além das participações especiais de Angeles Woo (filha do diretor chinês, John Woo), Fiorella Mattheis (em sua estréia no cinema) e do cantor, Márcio Greyck. O filme foi realizado com o prêmio do Edital do Ministério da Cultura para filmes de Baixo-Orçamento, 2009.
                                                                                 Presenças confirmadas no evento: Edmilson Filho, Miriam Freeland e Fiorella Mattheis.

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